O sentimento que tive por Tbilisi, na minha primeira viagem, e enquanto olhava para trás do banco traseiro do táxi desenrascado que me levou ao aeroporto da capital, naquela noite cerrada, com chuviscos ao barulho, foi mesmo esse: não foi amor à primeira vista.
Dois meses antes, ainda em casa e depois de já ter feito a compra dos voos para a Geórgia, pensava se valeria mesmo a pena dedicar parte do tempo que tanto me faltava naquela altura, a percorrer um país que, diziam, ser dos mais hospitaleiros, simpáticos e genuínos da Europa, ou se havia errado na minha escolha de um destino – a sensação que tenho sempre que parto para um novo destino, curiosamente.
A PARTIDA PARA A GEÓRGIA
Estava tudo marcado e pela primeira vez na minha vida, sentia vontade de ficar, em vez de partir. Nunca antes me havia acontecido. Curioso ou não, estava cansado de andar de um lado para o outro de avião, eu que com a Landescape já tinha feito 5 viagens com grupos a Istambul, até Junho. A ideia de acompanhar viajantes que comigo decidem partir é das coisas que mais me dá gozo, pela partilha que todos fazemos! De apanhar aviões para me deslocar para os locais, de longe o que me dá mais prazer.
A primeira sensação ao chegar a Tbilisi, era que iria ser uma autêntica aventura: nenhum país que eu conhecia até então, me oferecera uma garrafa de vinho tinto no momento em que nos carimbam o passaporte, dizendo Bem-vindo! Muito menos das mãos de uma agente da autoridade, vestida a rigor. É verdade que os georgianos se orgulham – verdade ou não – de serem o país que inventou o vinho (no Irão dizem o mesmo), mas daí a incitar-nos ao consumo antes ainda de entrarmos no país, confesso que é algo de bizarro. Fosse isto nos anos 80, penso que não gastava uma fotografia a documentar o momento, mas na era do digital, foi naturalmente a minha primeira acção! Vinho com direito a selfie! Sei sempre que o primeiro dia num país que desconheço é motivo para julgar a toda a hora: vou ser enganado! E foi exactamente isso que me aconteceu para chegar ao centro da capital, ser enganado por um taxista de última hora que, além de me subir o preço 3 vezes mais do que o normal – atenção, já depois de regateado! – ainda levou mais 10€, por pura distração minha.