Explorar o mundo de forma sustentável: Dicas para te tornares um viajante consciente

Viajar é uma atividade com inúmeras vantagens, mas que pode ter impactos ecológicos significativos ou até mesmo afetar negativamente as civilizações dos países que visitamos. Quando se fala em turismo sustentável é importante reconhecer que este conceito não se limita apenas ao meio ambiente, mas que se estende também à própria cultura das comunidades e à economia local. Cada viajante deve por isso estar consciente de que até as decisões mais pequenas fazem a diferença na pegada que deixa quando visita um país. Por isso, quando em viagem, é importante tomar atitudes que tenham em linha de conta o futuro da região e dos seus habitantes.

DIMINUIR O CONSUMO DE PLÁSTICO

O problema da utilização excessiva de plástico tem tomado proporções nunca antes vistas, e está nas mãos de cada um de nós contribuir para a sua redução drástica. Mesmo em viagem, há pequenos hábitos que ajudam a minimizá-lo e para a qual devemos estar alerta. No que toca, por exemplo, ao consumo de água, optar por uma garrafa reutilizável é uma solução simples, mas altamente eficiente. Em adição, algumas garrafas permitem armazenar a água em melhores condições e poupar dinheiro na compra regular de embalagens de plástico.

Também os sacos que utilizamos podem ser substituídos pelos de pano, uma opção mais prática e sustentável. Em alguns países, os sacos de plástico já foram banidos, mas cabe a cada viajante cumprir com a sua parte, sobretudo em países menos desenvolvidas onde a consciência ecológica não está ainda tão presente quanto na Europa.

No caso das mulheres, por exemplo, privilegiar o uso do moon cup (copo menstrual) em detrimento dos pensos higiénicos e dos tampões é uma excelente ajuda na preservação do meio ambiente, e constitui uma solução interessante para quem viaja por tempo indeterminado sem garantia de encontrar estes produtos em alguns países menos turísticos. Preferir embalagens de higiene reutilizáveis às descartáveis também é uma alternativa mais consciente.

VALORIZAR A ECONOMIA LOCAL E RESPEITAR AS REGRAS CULTURAIS

Perturbar o dia-a-dia das populações residentes é também retirar ao país um pouco do seu encanto natural. É por isso que o turismo sustentável se relaciona com aspetos éticos ligados ao respeito pelas comunidades de cada região. Desde o cuidado com as pessoas que fotografam, ao barulho que fazem e até à roupa que vestem, os viajantes devem ter em conta os costumes intrínsecos ao país, num esforço para não os desrespeitar.

Tirar uma fotografia ou abordar alguém é algo que deve ser feito de forma ponderada, garantindo sempre que a interação com os locais é moderada e prima pelo respeito. Também a roupa apropriada a cada cultura deve ser estudada de modo a que não se contrariem os valores da mesma, especialmente quando em contexto religioso.

No que toca às questões económicas, nomeadamente ao comércio, há que valorizar os produtos verdadeiramente locais e comprar a preços justos. Quando visitam um país, muitas vezes sem se aperceberem, os viajantes compram as lembranças mais típicas, mas que frequentemente não são fabricadas por artesãos da região não contribuindo dessa forma para a economia local.

A nível alimentar, provar comida fresca e verdadeiramente característica do país, muitas vezes só é possível fora das zonas mais frequentadas.  É importante fazer um esforço para ajudar a economia local sem cair nas armadilhas turísticas, que apenas privilegiam as maiores empresas multinacionais. Neste sentido, optar por ficar alojado em unidades locais, preferindo opções como as guesthouses também é mais amigo do país de destino do que ficar instalado em grandes cadeias de hotéis.

CONTROLAR OS DESPERDÍCIOS E DIMINUIR AS EMISSÕES DE CARBONO

Cada vez tomamos mais consciência de que é importante poupar e adotar comportamentos amigos do ambiente. No entanto, se o fazemos nas nossas casas, devemos também ter as mesmas preocupações quando viajamos.

Ao optar por deslocar-se de avião, os viajantes podem ter atenção às empresas de aviação que possuem um programa de compensação das emissões de carbono e tentar viajar com pouca bagagem, diminuindo também os custos da viagem. Por outro lado, dentro do próprio destino, andar de transportes públicos ou até de bicicleta é uma ótima ideia, dado que não só diminui a pegada ambiental, como também permite aos viajantes contactar verdadeiramente com a realidade do país.

Nos alojamentos, há que ter cuidado com o consumo de água e energia. Dosear o tempo dos banhos, moderar o ar condicionado e desligar as luzes quando já não são necessárias são pequenos detalhes que fazem a diferença. Não esquecer ainda que deitar fora ou comprar comida em excesso devem ser comportamentos a evitar. O mesmo se passa com os produtos deixados em casa antes de partir: é importante garantir que não se estragam durante o período em que o viajante está fora. Mais vale dar ao vizinho ou doar a uma instituição do que regressar e desperdiçar comida que se estragou.

Outro pequeno pormenor, facilmente concretizável na era das comunicações, é diminuir o desperdício de papel em impressão de bilhetes, guias e panfletos de viagem descartáveis, quando estes podem ser consultados no telemóvel.

RESPEITAR A NATUREZA E O PATRIMÓNIO CULTURAL

A natureza e biodiversidade das regiões são os seus bens mais preciosos. Quando os exploram, apesar das tentações, os viajantes devem respeitar os trilhos definidos e não ultrapassar os limites das áreas naturais. Preservar os sítios por onde passam deve ser o objetivo último de cada um e isso implica não produzir lixo, especialmente onde não existe recolha frequente do mesmo.

Os visitantes não devem deixar numa paisagem mais do que aquilo que lá estava quando a visitaram. Da mesma forma, também não devem retirar da natureza – e de certos monumentos – o que lhe pertence, ao recolher elementos que possam ser levados como lembrança.

Por fim, é necessário assumir a responsabilidade e não compactuar com atividades turísticas que impliquem o abuso de animas, nomeadamente tirar fotos, muitas vezes com animais anestesiados ou sob maus tratos, ou assistir a espectáculos onde existam animais. Quanto aos animais selvagens, é importante olhar e não tocar, assim como evitar estimular ou assustá-los. A biodiversidade e os fenómenos a ela associados devem ser contemplados com distância e respeito.

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