No mesmo sentido, um verdadeiro viajante faz questão de conhecer as pessoas e de ouvir as histórias que as mesmas têm para contar porque sabe que a partilha de experiências é a melhor maneira de compreender realmente as vivências de cada um. Ou seja, há que ter interesse nos locais e nas respetivas comunidades porque elas também fazem parte da sua alma e história.
Um outro ponto que pode servir para marcar a distinção entre um turista e um viajante prende-se com o alojamento selecionado. Normalmente, o turista privilegia ficar hospedado em cadeias hoteleiras internacionais, com pequeno almoço intercontinental, e opta por ir a restaurantes próximos do centro em quase todas as refeições. No entanto, um viajante está disposto a sair da sua zona de conforto e experimentar outras alternativas como hosteis, alojamentos locais ou o couchsurfing, entre outras plataformas que permitem o alojamento em casas de famílias ou hóspedes locais. Estas opções costumam ser muito mais baratas e constituem uma real oportunidade de interação com a comunidade ou até com outras pessoas que estejam a visitar o mesmo destino, além de contribuírem muito mais para a economia do país. Viajar sem conviver ou fazer amigos é desperdiçar uma parte da experiência porque a riqueza não está só nos sítios que visitamos, mas sobretudo nas pessoas que encontramos pelo caminho.
No que toca à alimentação, é importante provar aquilo que é tradicional e de preferência nos sítios que os locais frequentam, mas estes nem sempre correspondem aos restaurantes das zonas mais utilizadas pelos turistas. É nas ruas mais calmas, longe dos grandes centros, que na maioria das vezes se encontra a verdadeira comida regional. Além disso, um viajante está disposto a cozinhar de vez em quando, o que também o ajuda a poupar dinheiro. Não é necessário abdicar do conforto, mas às vezes o luxo pode ser dispensado para que a experiência se torne mais genuína.