Quando em 2009 comecei a viajar de bicicleta, um meio de transporte que até ali, só me ligava de casa à praia, olhei para mim a pensar o tempo que havia levado a descobrir que esta, era talvez a forma mais bonita de conhecer o mundo. Temos, é verdade, muito a descobrir quando o fazemos de mochila, de carro, de mota ou ainda mais de comboio ou a pé, mas nenhum destes nos traz a velocidade ideal.
De bicicleta, é o tempo certo, é a pedalada ao ritmo do bater do metrónomo e isso foi o que mais me seduziu. O tempo certo para observar, o tempo certo para comunicar – mesmo que ao longe – com quem vem no sentido contrário, o tempo certo para levantar a mão e dizer Adeus a quem nos acena com curiosidade. De parar quando nos apetece sem pensar no tempo que nos demoramos, um “Quero lá saber” acompanhado de um encolher de ombros, se não chegamos a tempo de ver o museu aberto ou o badalar na torre do relógio que é tão famosa, pois houve com toda a certeza um aproveitar do tempo que foi mais valioso do que o objectivo de chegar a um destino.