O Sebastião esteve sempre, sempre, sempre bem disposto, dormiu lindamente em todos os alojamentos (quando digo que dormiu lindamente, digo dentro daquilo que é expectável para um bebé de 4 meses e meio, ou seja, acordou as vezes habituais), reagiu bem aos transportes e distribuiu sorrisos a todas as pessoas que paravam para interagir com ele. Se foi sempre fácil para nós pais? Claro que não, de longe. Mas em casa também não o é. Foi preciso um pouco mais de improviso do que o normal, para que tudo corresse bem. Mas nas horas das sestas, enquanto pedalávamos ou quando nos sentámos em Toulouse à beira rio a ver o pôr do sol ou quando jantamos num tailandês numa viela movimentada (com ele a dormir no carrinho) ou quando um grupo de crianças se sentou ao nosso lado no comboio e brincaram imenso com o Sebastião, sentimos que estávamos a desfrutar da vida. Há uma ideia generalizada de “a vida acaba quando temos filhos”. É um pensamento extremamente negativo e, na minha opinião, um dos principais motivos que leva as gerações mais novas a não quererem ter crianças. A vida muda radicalmente, é certo, temos sempre em mente as necessidades do nosso pequenino. Mas continuamos pessoas, casais, mulheres e homens sedentos pela vida e por isso o “esforço” de viajar com um bebé/criança vale mesmo a pena. São momentos irrepetíveis, que vamos guardar na memória para sempre e que um dia lhe vamos contar com imenso carinho. São momentos importantes para nos sentirmos nós outra vez e para fortalecer o casal que, muitas vezes com a rotina de um bebé, fica um pouco negligenciado.