Dia 4 | Flores (Trekking na Fajã Grande)
Hoje é o dia perfeito para mais uma longa caminhada pela natureza, num explorar constante. Depois de um reconfortante pequeno-almoço, percorreremos mais de uma dezena de quilómetros, calmamente, enquanto fotografamos paisagens que nos enchem de um verde intenso.
É das proximidades do cais da Fajã Grande que hoje começa o nosso trekking, na parte oeste da ilha, deixando-nos frente a frente com uma vista fabulosa para o mar, alguns ilhéus, como o é o Ilhéu Maria Vaz, a ilha do Corvo e o farol mais ocidental da Europa. A Fajã Grande, apesar de ter pouco mais de 200 habitantes, é umas das zonas de referência da ilha. Este povoado que cresceu rapidamente, beneficiando da abundância de água potável e do fácil acesso ao mar viu, na obra Saudades da Terra, escrita por Gaspar Frutuoso, ser-se descrita desta forma:
“Dali a um quarto de légua está uma Fajã, chamada Grande, que dá pão e pastel, em terra rasa, com algumas engradas onde entram caravelas de até cinquenta moios de pão a tomar o pastel que nela se faz, onde também há marisco e pescado de toda a sorte, e no cabo dela está um areal, de meia légua de comprido, em que sempre, anda o mar muito bravo. E dali por diante, a outra meia légua, é tudo rocha talhada, onde se apanha muita urzela, e de muita penedia por baixo, em que se cria infinidade de marisco e grandes caranguejos e desta mesma maneira corre a rocha um tiro de bombarda até uma ponta, que sai ao mar um tiro de arcabuz, com um baixo de pedra, que tem lapas e búzios; e, logo adiante da ponta, se faz uma baía, onde com ventos levantes ancoram navios de toda a sorte e também naus da Índia. No meio deste ancoradouro cai da rocha no mar, a pique, uma grande ribeira.”
Será um dia cheio de aventuras para contar.