Dia 4 | Samarkand - Shakhrisabz (centro histórico de Shakhrisabz, Complexo do Registão)
É pela manhã que visitamos Shakhrisabz, 80 quilómetros a sul de Samarcanda, um marco na história do país. No caminho, a passagem alpina de Takhta-Karacha, que impediu - aquando da morte de Timur - que a caravana com o seu corpo passasse para a cidade onde desejou ser enterrado, devido à neve, como uma fronteira.
Um local com mais de 2700 anos que desempenhou um papel importante na história da região da Ásia Central. Em 329 AC, Alexandre o Grande conquistou a cidade e logo a cultura helenística e o culto aos deuses gregos surgiram. Durante um milénio, Shakhrisabz esteve sob o reinado de várias dinastias e foi no século VIII centro de uma rebelião anti-árabe e anti-islão.
Hoje é uma cidade museu, bem cuidada, Património Mundial da Humanidade pela UNESCO, berço de Amir Temur que após ter subido ao poder, tornou a cidade na sua residência, ordenando a construção do Palácio Branco, conhecido como Ak-Saray. Foi também nesta época que o nome da cidade deixou de ser Kesh para passar a ser conhecida pelo nome que tem hoje, que significa "cidade verde".
Regressados a Samarcanda, entramos no complexo da Praça do Registão onde podemos observar as madraças de Sher Dor, Tílla Kori e Ulugbeck. O Registão, que traduzido do uzbeque, quer dizer "lugar de areia" é o coração da antiga cidade e que ganhou fama mundial devido ao seu conjunto arquitetónico que hoje faz parte da lista da UNESCO. Em 3 dos seus lados, a praça é cercada por grandes madraças (escolas corânicas) com decorações únicas e cujos portais estão voltados para o centro do espaço. Nos tempos antigos, esta praça era o local onde as autoridades anunciavam leis, aconteciam celebrações e execuções públicas e espaço onde se reunia o exército antes de partir para a guerra. Existiam também muitos comerciantes, artesãos e agricultores que faziam deste espaço o seu negócio.
Posteriormente foram edificadas 3 madraças: Ulughbek, Sherdor e Tilla-Kori, que são os principais pontos turísticos da cidade. É aqui que vamos passar, livremente, parte da tarde, surpreendendo-nos não só com a arquitetura, mas com a decoração interior de cada uma delas e os rituais que as envolvem. Explicar-te-ei mais no local. Impressionante!
Quando sairmos, vamos continuar a vaguear pelo centro da cidade, nunca perdendo o centro como nosso "norte", pois é aí que tudo acontece.